terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Grand Canyon e o último lugar antes das férias das férias.

8 a 14 de agosto de 2015

Nestes dias fizemos o trajeto Jacob Lake- Grand Canyon- Flagstaff. Não tenho os mapas desses dias marcando onde dormimos ou o que vimos de interessante, sorry..

Esse é o último trajeto nosso juntos. Depois do Grand Canyon  seguimos para Flagstaff para eu pegar meu vôo.Eu sigo para o Brasil enquanto o Fe está trabalhando. Retomaremos a viagem no Barnabé, só eu e o Fe no meio de setembro de 2015 e encontraremos com a Denise e o Gabriel assim que der!
Próximo ao Marble Canyon.
Em algum lugar no caminho...
E de repente, um arco-íris =)

Marble Canyon
Grand Canyon, Desert View Watchtower, vista de dentro. Esse é o interior de uma torre de 21 metros de altura com pinturas e mostras indígenas, entrada gratuita.

Grand Canyon, South Rim

Grand Canyon, South Rim

Grand Canyon




Á noite fomos para o Mather Campground, onde não tínhamos reserva, mas mesmo do lado de fora vimos alguns lugares vagos. Na portaria, uma plaquinha indicava que o camping  estava cheio. Como vínhamos fazendo nos últimos 2 meses, entramos mesmo assim, porque normalmente as pessoas saem, liberam uma vaga mas nem sempre eles tiram a plaquinha de "cheio" da portaria, e normalmente, mesmo lotados, os atendentes do camping checam no sistema se realmente não há vagas. Aqui não foi como o de costume. Entramos, estacionamos em uma vaga vazia e já estávamos super felizes porque onde estacionamos, podíamos pegar free Wi-Fi da lavanderia que tinha ali por perto. Perfeito! Nem tivemos tempo de descer até a portaria para fazer o check-in, ou melhor, nem tivemos tempo de descer do carro e um ranger muito mal-humorado veio rosnando para nós dizendo que tinha uma placa de lotado na portaria, que não podíamos estar ali,"arrumem suas coisas e saiam!", e depois disse que estávamos em uma área de hiker/biker (aquelas áreas específicas para quem vem andando/ pedalando, que ficávamos quando pedalamos a costa oeste americana), achamos estranho porque áreas de hiker/biker nunca tem vaga de estacionamento por motivos óbvios... grosso!

Fizemos reserva para o dia seguinte e mais tarde descobrimos uma floresta nacional logo na saída sul do parque! Como os campings andam todos em sua lotação máxima nessa época do ano, alguma alma caridosa desenhou um mapa com outras opções de camping e florestas nacionais e afixou no mural da lavanderia. O lugar era perfeito, logo na saída do parque e muito calmo e sossegado, sem nenhum turista fazendo barulho. Já nos arrependemos de ter feito a reserva no camping,  mas uma coisa ótima dos Estados Unidos é que você pode cancelar um serviço ou devolver uma mercadoria e eles te devolvem integralmente o dinheiro que você pagou =)

Pica-pau
Veadinho =)


No dia seguinte, o Gabriel iria descer o Grand Canyon andando (pela  Bright Angel trail). Para se fazer esse tipo de trilha é obrigatório ter permissão (que se tira no Backcountry Information Center) e acampar lá embaixo no Rio Colorado, porque a caminhada ida e volta em um dia só é muito puxada, e oferece risco de vida, especialmente em dias quentes. Eu resolvi ficar com a Denise e não fazer trilha porque eu já fiz essa trilha a uns anos atrás com o Fe, e eu não tinha nem botas de trilha para fazer essa trilha. 

Quando eu e o Fe fizemos essa trilha era mais ou menos outubro e quase não conseguimos descer o canyon porque o camping lá embaixo estava lotado, tivemos que entrar na lista de espera e só conseguimos descer porque algumas noites antes começou a nevar. Achamos que seria a mesma coisa agora, início de agosto, mas não, o camping lá embaixo estava vazio mesmo com o parque estando abarrotado de gente. A razão é o calor. Não é nada agradável fazer trilha com mais de 30 graus celsius na cabeça e ainda tendo que carregar muita água, além de todo o equipamento de acampar.

O Gabriel também não tinha equipamento de acamparMas descobrimos que se pode alugar uma barraca no Market Plaza, dentro do parque mesmo. Alugamos uma barraca ótima da North Face para 1 pessoa por 10 dólares a noite! A trilha é puxada, especialmente para quem tem problemas nos joelhos: o caminho na ida é praticamente só descida, e advinha o caminho de volta!... só subida... Mas acho que é a melhor forma de conhecer o canyon. Para quem quiser (e puder), há vários vôos de helicóptero sobrevoando a região também.

O Gabriel sairia antes das 5 da manhã para pegar o ônibus do parque que o levaria ao início da trilha (veículos privados não são autorizados a ir até lá) e eu e a Denise combinamos de ir ver o nascer do sol em outro lugar (Hermit Road, que o acesso também se dá unicamente pelo ônibus do parque). Como duas perdidas que nós somos, não fomos capazes de olhar o mapa e entender para onde tínnhamos que ir para pegar o ônibus....andamos de carro por tudo quanto era rua e direção, menos a que deveríamos tomar. Quando finalmente achamos o lugar que deveríamos ir, o sol já tinha nascido a muito tempo... que feio!
Grand Canyon, Hermit Road

Grand Canyon, Hermit Road

Grand Canyon, Hermit Road

Para o nosso azar (ou sorte, porque a paisagem ficou linda!), um pouco depois que pegamos o ônibus começou uma tempestade no horizonte, e o motorista mandou todos descerem e pegar o ônibus de volta por causa da alta incidência de raios naquela área...
Grand Canyon, Hermit Road

Já que estava chovendo e já não dava para irmos para muitos lugares, fomos para a lavanderia usar o free Wi-Fi deles. Lá também é o lugar onde as pessoas vão tomar banho, já que os campings do parque não tem chuveiros. Conclusão: esse lugar é quase um point nesse parque. E coincidentemente encontramos 3 carros desses coloridos estacionados aqui. Esses carros são alugados por uma empresa chamada Escape Camper Vans, que possuem alguns modelos de carros variando em tamanho, preço e conforto. Sabe esse negócio branco em cima da última van verde? Aquilo é uma cama. Essa van comporta 2 pessoas dormindo dentro da van e mais duas nesse "sarcófago"branco, que abre e uma tela te protege do ambiente externo. Vimos vários desses  nos parques nacionais que temos ido 

Todos os modelos possuem geladeira, pia, fogão, lugar para guardar coisas e assentos que se transformam em camas, elas são uma versão não-improvisada do Barnabé e são planejadas para pessoas como nós, que gostam de ter a liberdade de mudar de planos e a facilidade de poder dormir em qualquer canto com quase tudo que se precisa gastando pouco. Para quem quer conhecer os parques dos EUA e não tem dinheiro para ficar 1 mês em hotel ou não gosta de acampar em barraca, essa é uma ótima opção.
Alguns dias depois tentamos o Hermit Road outra vez, dessa vez para ver o pôr-do-sol.

Hermit Road, Hopi point
bambis =)
A Denise e o Gabriel seguem viajando e eu tiro férias das férias e vou ver minha família e amigos no Brasil enquanto o Fe trabalha. Fechamos a viagem em um dos meus lugares favoritos (e que nenhum americano gosta hehhe). Ihop!

Ihop: comida nada saudável, omelete com ovos que não são de verdade, panquecas e crepes, adoro!

A cara do pecado!


Até setembro!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Zion National park: uma das 10 melhores trilhas dos Estados Unidos

4 a 8 de agosto de 2015




Hoje chegamos ao Zion National Park. Entramos pelo portão leste do parque e a paisagem já era de tirar o fôlego: dunas petrificadas e big horns enchiam nossos olhos. Este parque é conhecido pelas duas melhores trilhas para se fazer nos Estados Unidos: Angel's trail e Narrows. A primeira delas eu e o Gabriel fizemos, e a trilha é para quem não tem medo de subida, de altura e nem de penhascos... A segunda eu fiz com o Fe 2 meses depois, então eu conto sobre essa trilha depois, mas já adianto que ela também é fantástica =)

Nosso plano quando chegamos aqui era ir direto para o camping  tentar achar um lugar para ficarmos, mas como todos os parques nacionais que temos ido, o primeiro camping que passamos estava lotado. A mulher da entrada do camping deu risada da nossa cara quando dissemos que não tínhamos reserva, ela disse que as pessoas ali faziam reserva com 6 meses de antecedência e sugeriu ir voando para o outro camping  do parque, que é o que eles chamam de first come, first served (ou seja, é de quem chegar primeiro!). Fomos voando para lá e ainda conseguimos pegar um lugar, eba!

Zion National Park: Na portaria, tivemos que pagar uma taxa extra de 15 dólares porque nosso carro (o Camelão da Denise e do Gabriel) era maior que o permitido para passar por esse túnel, construído na década de 30 quando ainda não existiam trailers, motorhomes e ônibus passando ao mesmo tempo nas duas mãos. Na verdade, na época em que foi inaugurado, esse túnel era o mais longo (1.1 milha) do seu tipo nos Estados Unidos. Para coordenar o trânsito, um ranger  de cada lado do túnel são responsáveis por controlar a passagem de veículos grandes e marcam quantas vezes você já passou por lá (você tem direito a passar 2 vezes com 15 dólares).

Big Horn: é esse bicho ai, não tenho idéia de qual seja a tradução em português.... A população desses animais foi de muitos na época dos índios à 0 na época dos colonizadores. Eles foram re-introduzidos com 12 exemplares na época da criação do parque e hoje são mais de 400.

Como a população de big horns  aumentou muito, a direção do parque procura a melhor forma de manejá-los já que esses animais tem apenas 10 exemplares de leões-da-montanha para comê-los (os leões-da-montanha são seus únicos predadores aqui).
Andando por lá, recebemos a visita de um grilo...


...que era bem folgado por sinal.
À tarde, nosso plano era fazer trilhas curtas, mas o calor estava tão forte que o máximo que fizemos foi colocar cadeiras no rio e ficar lá papeando. Prometemos a nós mesmos que no dia seguinte acordaríamos bem cedo para evitar o calor e faríamos a Angel's Trail. Conseguimos acordar, mas trancamos a chave dentro do carro... e lá se foi o dia tentando abrir a porta = mais uma tarde no rio.

Chave dentro do carro = vamos revirar o carro todo atrás da chave reserva, que não estava em lugar nenhum. Perguntei para a senhora responsável pelo lugar se ela tinha um arame que pudessemos usar para abrir a porta e ela disse que esse tipo de coisa acontece muito e que o ranger podia tentar abrir a porta porque ele tinha algum tipo de kit para isso. O ranger que veio nos ajudar era um cara com pinta de boazudo, meio grosso e com pose de militar americano. Pediu o documento do carro e pediu para assinar um termo de que ele não é responsável por qualquer dano e por fim disse que não conseguia fazer nada. Nos indicou um chaveiro e perguntou se queríamos que ele ligasse para nós, eu perguntei se ele poderia somente nos dar o número e depois daríamos um jeito de ligar se fosse o caso, porque queriamos procurar melhor para ver se achavamos a chave extra. Ele foi um grosso e perguntou se tínhamos um celular para ligar, eu disse que não, e ele, mais grosseiramente, com pose de americano fodão, disse: para que você quer o número então!? estou confuso! Errr idiota...dá o número logo e não enche o saco! Acabou que não achamos a chave, mas o chaveiro chegou em 30 minutos em uma van toda equipada e em 5 minutos a chave do carro estava na nossa mão.

Angel's trail: Para fazer essa trilha é necessário pegar o shuttle. O acesso com carros normais é vedado, pena que ninguém nos disse isso, e fomos até lá de carro, nos perdemos e no fim tivemos que voltar ao camping  para pegar o ônibus do parque. O ônibus parecia Sào Paulo no horário de pico de tão cheio, basicamente estava ficando tarde e quanto mais tarde, mais quente e pior é fazer qualquer trilha, então estava todo mundo querendo ir ao mesmo tempo...

Angel's trail: esse morro estreito é parte da trilha. A trilha é subida o tempo todo, e as subidas são bem inclinadas. 
Angel's trail: Em alguns trechos existem essas correntes, que  demarcam o melhor caminho e servem de corrimão para os mais medrosos.
Para quem tem medo de altura, a vista da metade da trilha já é bem bonita, e dessa forma se pode evitar os penhascos e correntes (mas ai essa trilha não tem graça nenhuma!).

Angel's trail

Angel's trail


Angel's trail

Angel's trail

Angel's trail

Angel's trail

Hora de descer...

Essa trilha não é recomendada para crianças, pessoas com problemas cardíacos e pessoas com medo de altura.

Essa não é a parte da trilha que eu chamo de penhasco. Nessa parte eu nem era louca de tentar me equilibrar para tirar fotos...
O próximo lugar que queremos ir é conhecido por Narrows, eu já tinha me decidido a não ir porque eu não tinha sapatos adequados para fazer 8 km de trilha dentro de um rio cheio de pedras, e a previsão de chuvas em um canyon de paredes super altas onde a água vem com força trazendo madeiras e pedras e você não tem para onde fugir, me assusta muito. A previsão era de 50% de chuva para o dia seguinte. O Gabriel era o único de nós que ainda queria ir de qualquer jeito. O dia amanhaceu com muita chuva e até ele desisitiu. Saímos do parque depois de 4 dias e apenas 1 trilha, muita moleza de nossa parte =).

Seguimos em direção ao Grand Canyon.

Nosso companheiro de acampamento =)