26 de julho de 2015
Fizemos uma trilha curtinha e fácil de 1.3km e as costas do Fe entraram em colapso. O pobrezinho mal conseguia se mexer. Os próximos dois dias ficamos acampados para o Fe descansar, não fizemos trilhas, não dirigimos e não saímos do camping a não ser para ir pegar água. Nessas horas assusta um pouco viajar por lugares mais isolados como esse, que mal pega celular ou internet, e sabe Deus onde é o hospital mais próximo. Graças a Deus o Fe melhorou depois de 2 dias e seguimos viagem.
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Canyonlands, Upheaval Dome: início da trilha |
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Canyonlands, Upheaval Dome: pequena subida para ver o ponto mais alto de lá. |
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Canyonlands, Upheaval Dome: essa vista estranha na verdade é uma parte de uma cratera de 2 milhas de largura (3.2km). Eu particularmente esperava mais dessa trilha, não dá para se ter a noção de que isso é uma cratera fazendo a trilha, essa noção se tem apenas com um passeio aéreo. De qualquer forma, existem duas teorias que tentam explicar a geologia e a cratera que se vê aqui. A primeira teoria é de que um meteorito colidiu aqui a 200 milhões de anos atrás. O impacto teria sido tão grande que os pedaços do meteorito se vaporizaram. A colisão teria causado fraturamento das rochas criando uma grande cratera. A erosão ao longo dos milhões de anos teria exposto os dobramentos e a área de impacto. A segunda teoria diz que a 300 milhões de anos atrás aqui era um oceano. O mar então secou, a água evaporou e deixou para trás uma grande bacia de sal. Com o passar de milhões de anos, sedimentos foram depositados sobre o sal, que com o peso e a pressão começaram a pressionar o sal para baixo, formando, em contrapartida, um domo de sal. Esse domo de sal (indo em direção a superfície) teria fraturado e distorcido as camadas de rochas em seu caminho. A água teria sido a responsável por erodir o sal e os sedimentos, exibindo a geologia que vemos hoje. |
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Lagarto com seu rabo voltando a crescer. |
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Canyonlands, Shafer Canyon: aqui 100 milhas de trilhas de terra com acesso apenas a carros 4x4 e bicicletas dão acesso ao interior do parque. Esses acessos foram usados pelos nativos que viviam aqui e mais tarde pelos fazendeiros que conduziam seu rebanho por essa área em 1900 e pouco.Nos anos 50 houve um boom de urânio e as estradas foram alargadas para receber caminhões e equipamentos, até Canyonlands se tornar um parque nacional em 1964. |
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Canyonlands, Shafer Canyon |
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Canyonlands, Shafer Canyon |
28 de julho de 2015
Ontem o Fe andava como um velhinho de 90 anos e precisava usar os poles de trilha (tipo uma bengala) para conseguir andar, o pobrezinho vomitou, ficou com febre, dor de cabeça, dor nos olhos e eu, o Biel e a Denise já estávamos pensando para onde deveríamos levá-lo.
Dei um Advil extra-forte para ele e deixei ele dormindo no Barnabé. Esse remédio deve ser muito forte mesmo, ou o Fe estava muito sem energias, porque entrei pela janela do carro para não acordá-lo, mas acabei derrubando um monte de coisas no chão e depois fui empurrando ele devagarinho para eu conseguir entrar na cama, e nada de ele acordar =)
O Fe felizmente acordou bem no dia seguinte depois de pouco se mexer e muitas compressas de água quente nos últimos dias. Estou feliz de seguir viagem. Esse lugar me lembra praia, parece que as coisas todas ficam impregnadas de areia, e para ser sincera me dá muita agonia ver aquela areia fina em tudo. Também estou feliz de seguir viagem para algum lugar com internet, nos dias de hoje parece que nos tornamos cada vez mais dependentes dela. Nós temos a nossa internet portátil, mas nesse lugar estava difícil conseguir sinal, e quando conseguíamos, o negócio super aquecia com o inferno de calor que faz aqui e logo parava de funcionar. Começamos a colocar o aparelho da internet dentro da geladeira de quando em quando...
Paramos em um Burger King em Green River para a tão esperada internet. O que era para ser meia hora se tornaram horas e do nada, o Fe recebeu uma proposta de projeto para o dia seguinte no México. Bendita internet!
Agora o Fe está indo trabalhar por algumas semanas e eu sigo viajando mais um pouco com a Denise e o Gabriel. O Barnabé ficou estacionado em Salt Lake City e eu sigo viagem no Camelão, o carro-casa da Denise e do Gabriel.
Então já posso dizer que fui recebida pelo sexto anfitrião nessa viagem! Obrigada meus amores! Um pouco das histórias, do que vimos e para onde fomos nos próximos capítulos =)
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Canyonlands, Willon Flat Campground: nesse parque encontramos um americano super viajado. Ele já visitou mais de 50 países, incluindo o Brasil, onde ficou por 6 meses. Para nossa surpresa, ele disse que o Brasil está no top 3 da lista dos países favoritos dele (!!!). Disse que as pessoas são muito amigáveis e o país é lindo =) |