quarta-feira, 12 de agosto de 2015

ultiimo dia em seattle =)

23 de junho de 2015


Chegamos ao nosso último dia em Seattle, decidimos pegar um último "Free Walking Tour"sobre o Public Market. Acabou que chegamos atrasados e não conseguimos achar o grupo até quase o final dele.

Também descobrimos que no Public Market (que é tipo nosso Mercadão em São Paulo), o período da manhã é mais frequentado por locais, e o período da hora do almoço em diante é mais frequentado por turistas (que foi o período em que fomos ontem, e me lembrou da 25 de março em São Paulo com tanta gente se empurrando).

Mas o que me atraiu mais não foram mais as mercadorias diferentes ou alguns dos comerciantes gritando igual aos feirantes do Brasil, mas os fundos do mercadão. No fundo do mercadão existe um teatro e lá as paredes são impregnadas com chicletes, muitos e muitos, ao ponto de não dar para ver a parede em baixo.

Market Theater Gum Wall: Você compra seu bilhete para ver um espetáculo, e já deixa um chiclete mastigado na parede... iuhulll

Market Theater Gum Wall: Uma das versões de como esse monte de chiclete mascado foi parar  nessas paredes, é a que foi  proibido mascar chiclete dentro das instalações do teatro, pois a platéia colava os chicletes nas poltronas. Com a proibição, as pessoas começaram a grudar os chicletes nas paredes. Os funcionários, no começo, limpavam os chicletes, até a hora em que o Public Market proibiu a limpeza total, já que essa parede nojenta já tinha virado uma atração turística
Market Theater Gum Wall:  Segundo o cara do tour, eles limpam essas paredes todo ano, porque esses chicletes crescem em espessura, 6 inches ao ano (cerca de 15 cm)
Market Theater Gum Wall: vimos nomes escritos com chiclete, bilhetinhos colados, e ao fundo, um doido contando a história da vida dele para o Fe.

Public Market: adorei a placa do banheiro =)

Public Market: vai um peixe fresco? 

Public Market: cenouras de diversas cores

Public Market: muitas frutas frescas direto do produtor e uma fruta ai que eu nunca vi.
Pionner Square: Esse totem, segundo o nosso guia, foi dado pelos índios ao governo americano em substituição a um  anterior que foi roubado por algum colonizador europeu e que pegou fogo.  Estudos mais recentes apontam que os desenhos desse totem indicam um grande dedo do meio para o governo, a quem foi doado.
SAM, Seattle Art Modern: Dizem que esse é a figura mais trabalhadora de Seattle (é uma silhueta de um homem segurando um martelo, e o martelo sobe e desce). 

Seattle hoje é um dos principais polos de tecnologia dos Estados Unidos, abriga empresas como Amazon e Microsoft e também inúmeras empresas de software, internet e biotecnologia.

Antigamente, como eu mencionei no post de ontem, Seattle começou com a exploração madeireira, mas no final do século 19, sua maior fonte de renda era o ouro. Interessante é que Seattle nunca teve ouro, mas era o ponto de onde as pessoas pegavam navios em direção ao Alasca e ao norte do Canadá, onde de fato estava o ouro.

Essa época foi chamada de Klondike Gold Rush. Em 1896, alguém achou a maior reserva de ouro já encontrada em um dos afluentes do Klondike River, lá no Alasca. Jornais espalharam a notícia e logo jornais do país todo espalhava estórias prometendo fortuna instantânea, grandes aventuras e um ótimo meio de fugir dos anos de depressão econômica da época. Todos queriam tentar a sorte e até os órgãos do governo tinham dificuldade de reter seus funcionários. Até o prefeito de Seattle sucumbiu à febre do ouro.

 A câmara do comércio de Seattle começou a promover o marketing e divulgar informações para que Seattle fosse a porta de saída dos novos aventureiros para Klondike. Centenas e centenas de pessoas largavam suas fortunas para apostar sua sorte nas terras geladas em busca de ouro. Seattle então não só fazia o serviço de transporte das pessoas, mas também vendia todos os suprimentos necessários. Um pacote completo com os suprimentos para um ano (que tornou-se obrigatório a certa altura), custava cerca de 10.000 dólares nos dias de hoje. Alguns gastavam o dobro disso encantados com propagandas enganosas como roupa de baixo especial para usar no Ártico, máscaras a prova de insetos ou casas portáteis. O suprimento para um ano também era bem pesado, cerca de 2000 pounds (uns 900kg), e por isso, essa regra de ter suprimentos para 1 ano ficou conhecida como regra da 1 tonelada ("one-ton rule").

Mas a maior parte dos mineradores chegou tarde demais. É estimado que 100.000 pessoas embarcaram para Klondike, 40.000 de fato chegaram lá (e não desistiram antes), 20.000 conseguiram trabalhar com a prospecção do ouro e apenas 300 pessoas conseguiram fazer mais que $15.000 dólares com o ouro (um pouco mais do que  gastaram para ir para lá..)

Cidades nasceram do dia para noite. Mineradores viviam em condições extremamente precárias até pessoas com mais recursos começarem a construir estruturas mais parecidas com o mundo civilizado que eles deixaram para trás. Eletricidade, água, telefone... e de repente, mais nada. A corrida do ouro acabou e com ela, algumas cidades que nasceram com o ouro.

A corrida do ouro teve impactos desastrosos para a população indígena que vivia naquela região. A mineração trouxe impactos ambientais, doenças mortais para os nativos, fontes tradicionais de comida, caça e pesca foram destruídos. Montanhas ficaram "peladas", animais desabrigados, finas partículas de areia, argila e lama tomaram os rios e mataram os peixes. Mercúrio, usado no processamento do ouro, ainda pode ser encontrado nos ecossistemas de Yucon, Canadá.
(informações de quando estávamos no Klondike Gold Rush National Park)

Com o fim da corrida do ouro, Seattle teve outro curto crescimento econômico durante a Primeira Guerra Mundial, e mais tarde, teve outro boom com a Boeing ee mais recentemente com as empresas de tecnologia.

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Finalmente pegamos o ônibus para Vancouver, onde vamos pegar o Barnabé e dirigir até o Brasil. O ônibus até que era confortável, quase a metade do preço se comprássemos com uns dias de antecedência, e tinha WiFi grátis (eba!).  

A entrada no Canadá de ônibus foi tranquila: todos tiveram que sair do ônibus com todos os seus pertences, passar pela alfandega, jogar toda comida fresca em um lixo especial, passar pelo oficial da imigração e voltar para o ônibus. Bem tranquilo. O oficial só começou a ficar um pouco desconfiado quando dissemos que demoramos quase 2 meses nos Estados Unidos fazendo esse trajeto de Vancouver à São francisco de bike heheheh, mas como eu tenho residência canadense, eles não tem muito do que desconfiar...

De volta à Vancouver fomos para a casa dos nossos amigos Mari e Alvaro, onde passamos alguns dias enchendo o saco deles, já que o Barnabé se recusava a ligar de novo, acho que ele sofreu de saudades nossas =P 



Antes de chegar na fronteira com o Canadá, tentamos acabar com quase toda a comida fresca que ainda tínhamos. Uma delas era o resto da comida chinesa que comemos ontem (não nos julguem, levar o resto da comida na América do Norte é normal). O problema é que não tínhamos nenhum garfo  em nossa bagagem de mão... cartão de crédito realmente serve para comer =).




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