sábado, 6 de junho de 2015

Fábrica de queijo, estradas desabando e paredões com pássaros que não sabem voar como pássaros normais: Manzanita para Cape Lookout


21 de maio de 2015

Pedalamos 83km hoje com muitas subidas. Minhas pernas doem...acho que a essa altura meu corpo já devia estar mais acostumado às subidas, mas não...


A metade do caminho foi relativamente plano, mas muito chato, como quase todo lugar muito plano. Passamos por uma fábrica de fazer queijos em Tillamook. Segundo os ciclistas europeus que estavam com agente: "queijo americano, não se pode esperar muito". Eles acertaram. Havia 5 tipos de queijo diferentes para degustar mas odiamos todos, sem exceção. Nosso paladar é de pobre para gostar desses queijos fortes hehehe.


Tillamook Cheese Factory

 Tillamook Cheese Factory: esse é o orgulho da região. Experimentamos todas as variedades de queijo e fomos correndo para a bike para comer um chocolate e tirar o gosto ruim da boca =P Dizem que o sorvete deles é muito bom, mas achamos melhor não arriscar.

O dia começou a ficar bonito quando pegamos uma estrada interditada (Three Capes Scenic Route), parece que algum pedaço dela estava querendo desabar. Perguntamos para algumas pessoas se era melhor ir pela rodovia (que o caminho é mais curto e tem menos subidas) ou por essa  estrada que está desabando (que dizem que é linda). Todos disseram que de bike é provavelmente mais seguro ir pela estrada antiga, mesmo com ela desabando. Concluímos que o desabamento deles era um exagero e seguimos via estrada interditada, mesmo sendo um caminho mas longo, pelo menos veríamos alguma coisa legal no caminho.

Three Capes Scenic Route. A estrada é um coco, mas n|ão tem nenhum carro por perto. O visual é lindo, mas tem muitas subidas. Não tem banheiro no caminho, mas tem mato sem ninguém por perto. Conclusão: tá ótimo! =)

Não era um exagero essa estrada fechada...hehhehe na verdade havia um pedaço dela completamente sem asfalto já, e rachaduras como essa em vários lugares.

Chegamos em Cape Meares e encontramos muitos ciclistas que cruzamos no caminho. Era um grupo de alemães não muito novos (na verdade o mais novo ali deveria ter uns 50 anos), eles estavam pedalando a costa do Pacífico mas sem carregar peso nenhum, toda a bagagem deles era puxada em um trailler. Tinham rotas determinadas com hotéis para dormir e pontos para parar e tomar um café. Ainda se eles cansassem dava para colocar a bicicleta em cima da van e ir de carro. Ahhhh que moleza fazer assim!

Pai, faria esse passeio assim?

Em Cape Meares aprendemos alguma coisa sobre os pássaros que vivem nesses paredões. O branco nas rochas são coco de pássaro.
Paredão em Cape Meares

Dando  um super zoom no paredão acima (sorry, tá sem resolução). Dá quase para ver todos os pássaros virados para o paredão. Esses pássaros são chamados de murres (nem ideia do nome em português). Eles ficam assim porque eles não conseguem voar como os outros pássaros, se eles pousarem na terra eles não conseguem sair do lugar. Por isso eles pousam em paredões verticais como esses, porque de lá eles se jogam e ai conseguem voar. O outro lugar que eles conseguem voar é a partir da água.

Mesmo os filhotes com 3 semanas de vida se jogam para aprender a voar, alguns batem nas pedras e morrem, outros conseguem chegar ao mar onde os pais tomarão conta deles por outras 6 - 8 semanas.

Murres literalmente apreciando o paredão (explicação acima).

Cape Meares também é conhecido por um antigo farol e por uma árvore que eles chamam de Octopus (polvo).

Farol de Cape Meares

Dentro do farol. Esse farol funcionava a querosene, e é composto por 280 prismas que engrandeciam a luz.

Octopus tree ou árvore em forma de polvo. É gigantesca e muito antiga (250 - 300 anos). É chamada assim porque ela não tem um eixo central como toda árvore, em vez disso, ela se estende horizontalmente por 4 metros antes de ir para cima.


Caminho para o camping. 
Esse lugar com sol deve ser lindo....


Acampamos em Cape Lookout. O melhor camping que já ficamos até agora nos Estados Unidos e arrisco dizer que  melhor  até que os do Canadá, especialmente pelo preço.  Cozinhamos em um abrigo da chuva, que por aqui é raridade, chuveiros com água quente e muita pressão, e os sites para ciclistas eram divididos com plantas, então tínhamos muita privacidade, além de ser bonito e poder dormir ouvindo o mar.  À noite ainda assistimos à uma palestra sobre baleias no anfiteatro a céu aberto. Esse camping dá acesso trilhas para tentar ver as baleias em rota de migração (assim como outros 2 campings que ficamos), mas até agora, nada de baleias...

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