segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Yellowstone! Terraços coloridos, águas termais e paisagens extra-ordinárias

5 e 6 de julho de 2015

Finalmente, chegamos em Yellowstone! Lembra do desenho do Zé Colmeia (Yogi Bear)? Então... esse aqui era o parque dele!

Desde o início da nossa viagem em abril, esse é o lugar mais fantástico que já visitamos. Aqui tem muitas coisas diferentes, longe do ordinário de sempre: gêiseres expelindo água do chão do nada, fontes de água quente de um azul cristalino, terraços coloridos formados de sílica e bactérias que precisam do calor para viver, grand canyon com uma cachoeira gigante, lama borbulhando do chão, vapor saindo da terra, cavernas com barulho de uma panela de pressão, bisões atravessando a pista na sua frente, ursos, alces... Um lugar simplesmente fantástico.

Hoje fomos conhecer a área de Mammoth Hot Springs.
Yellowstone, Mammoth Hot Springs: A água é aquecida pelo magma, que está de 5 a 13 quilômetros abaixo da terra nesse parque. A água sobe para a superfície através de fraturas no solo e no caminho passa por formações calcárias, dissolvendo o bicarbonato de cálcio. Quando a água emerge, o dióxido de carbono é dissipado na atmosfera e o carbonato de cálcio é depositado na forma como travertineque é a deposição do carbonato de cálcio sobre qualquer superfície: galhos, folhas, ruas ou sobre outros terrenos, etc. formando essas coisas coloridas da foto acima.  
A água se acumula no que eles chamam de terraços, quando a água em um terraço chega ao seu limite, ela transborda para o próximo terraço, desenvolvendo e modificando a paisagem.

Esses terraços tem coloração diferentes dependendo da temperatura da água, que abriga bactérias que amam o calor, são as chamadas bactérias termofílicas (thermophiles). 

A coloração vem das bactérias, presentes onde há fluxo de água. O transparente e o amarelo indicam temperaturas mais quentes. Laranja, marrom e verde indicam a presença de bactérias que vivem em águas não tão quentes. 
As bactérias que vivem nesse ambiente são adaptadas ao enxofre e as altas temperaturas, o que leva os cientistas a procurarem por vida em planetas também com essas características.
O branco opaco indica que a água não passa mais por ali.

O cinza um dia foi colorido quando ainda havia fluxo de água, depois passou a ser branco opaco quando o fluxo de água cessou, e finalmente ficou cinza quando sujeira se mistura ao travertine.
A parte branca opaca, onde não passa mais água, também sofre intemperismo e acaba se juntando a poeira, adquirindo coloração cinza e preta. Eventualmente os terrenos brancos, cinza e pretos serão cobertos por outros sedimentos e darão lugar a vegetação.
Essas árvores morreram há décadas quando a água cheia de carbonato de cálcio começou a passar por elas, As árvores absorvem o carbonato de cálcio, que "petrifica"suas "veias" e bloqueia a passagem de água e nutrientes para a planta.

Esses terraços, caracterizados por fluxos de água constantes nas suas nascentes, mudam a cada instante. Estima-se que os terraços cresçam 2 feet (0.6 metros) por ano. Onde tem água jorrando, tem paisagem sendo modificada. Mas as nascentes podem mudar de lugar, nascentes antigas de repente se fecham, nascentes novas começam a brotar em outro lugar. Quanto maior o fluxo de água, maior o índice de mudanças. 

Killdeer, comendo insetos nas águas termais. 

ranger nos explicando como as coisas funcionam nesse lugar estranho...









bambi =)

mamãe do bambi tirando uma com a nossa cara




 Também fomos ver um tal de Sheepeater Cliff, essas formações estranhas foram formadas pelo rápido resfriamento do magma depois de uma erupção vulcânica.
Sheepeater |Cliff

Sheepeater Cliff, claro que o Fe não poderia não escalar essas pedras =)

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

comemoração do 4 de julho em uma cidadezinha no meio do nada

4 de julho de 2015




Ontem paramos em Choteau pela única razão que não conseguimos esticar até mais longe, estávamos pensando onde seria um bom lugar para ver a comemoração do 4 de julho americano. Quando chegamos no camping na noite passada, a dona do lugar insistia em dizer que eles tinham o melhor 4 de julho do estado de Montana. achamos bem difícil de acreditar, mas era realmente muito interessante a empolgação das pessoas daquela cidadezinha.

Resolvemos ficar para ver. Para os que moram em Calgary, a comemoração aqui foi bem parecida com o Stampede, mas em uma escala cômica, de tão pequena. O povo do camping nos deu a programação do dia e só para ter uma idéia de como o negócio era pequeno, na programação de comemoração da cidade havia a reunião dos alunos da turma de 1965 da cidade...

Choteau, desfile do 4 de julho: Desfiles de caminhões, carros antigos, banda da cidade...e como Choteau é uma cidade minúscula, também desfilaram o time de basquete da cidade, as meninas do futebol.... a única coisa que não tinha era a polícia, exército, etc porque esses deviam estar todos em uma cidade maior...A parte legal desse desfile, é que a criançada ia para o desfile com sacolas e mochilas para pegar os doces que eles jogavam no chão!

Choteau, desfile do 4 de julho

E no fim do desfile, um banho de água fria para refrescar...

Choteau Steak Fry: imagina um churrasco frito num monte de óleo? agora imagina comer uma sola de sapato. É isso ai... E os moradores de lá esperavam o ano todo para comer isso.  



Como a carne num garfo de fazenda era feito

O mais engraçado dessa foi o cara do camping, que puxou uma cadeira do lado do Fe a noite e começou a contar a história da vida dele, o salário, quanto custou a casa dele, as cidades onde morou...até o Fe que adora interagir já não conseguia falar mais que um "u-hum"de vez em quando esperando que ele parasse de falar. A parte engraçada  foi ele contar que quando os moradores ouvem um bip-bip do alarme do carro, já sabem que a pessoa não é dali. E ele continuou dizendo: aqui não tem roubo não, as vezes alguém pega o seu carro, mas é só porque eles estão com pressa, depois de algumas horas eles devolvem (oi!!???).

Depois do desfile e da carne, não achamos que valia a pena ver o resto do 4 de julho. Seguimos em direção ao Yellowstone, e no caminho vimos essa paisagem:

Chicory, caminho para Yellowstone

Chicory, caminho para Yellowstone

terça-feira, 25 de agosto de 2015

mais mountain-goats, lago, montanha e tchau-tchau Glacier National Park



3 de julho de 2015




Último dia no Glacier National Park. Fizemos uma trilha bem curta (junto com um monte de turistas) e seguimos caminho.

Como o plano era seguir adiante, fomos com o Barnabé e não pegamos o ônibus do parque, e ainda acordamos tarde. Resultado: o Fe ficou mais de meia hora parado tentando estacionar. Nesses parques com muitos turistas e pouco estacionamento é bem comum ter ônibus gratuitos do parque, exatamente por essa razão, para as pessoas poderem chegar nos lugares mais famosos, sem ter problema para estacionar.

Eu tinha saído do carro antes para ir tirando umas fotos e o Fe ficou tentando estacionar. Depois de mais de meia hora eu fui lá ver se achava o Fe, e ele ainda estava no mesmo lugar. Fui em direção ao Barnabé para irmos embora e no momento que eu estava chegando, o carro que estava parado na frente do Fe saiu! milagre =)

Glacier National Park: going-to-the sun road. essa estrada custou em média  $48.000 dólares a milha para ser construída, em 1932.
Adicionar legenda

Glacier National Park: going-to-the sun road
Glacier National Park, Hidden lake trail: com muitas flores silvestres no caminho
Glacier National Park: Hidden lake trail - e mais mountain goats (cabra da montanha). Depois descobrimos que esses bichos aprenderam que é mais seguro para eles ficar perto das trilhas, onde tem humanos que não fazem mal para eles e que ainda espantam os ursos, que são seus predadores.

pertinho =) Vimos tantos desses hoje que eu nem sei dizer se eram os mesmos ou não...
Glacier National Park, Hidden lake trail: parte da trilha que tínhamos que andar pela neve. Escorregava bastante... me deu vontade de rir quando estávamos voltando e vi uma mulher de salto alto heheh
mais um filhote de mountain goat
Glacier National Park, Hidden lake trail: pena que não conseguimos chegar até o lago. A trilha estava fechada por causa de uma mamãe-urso alimentando seu filhote na trilha...
Esses bichos não estão nem ai para nós =)

Marmota =)

trilha para Hidden Lake

Glacier National Park

Glacier National Park


Glacier National Park, Two Medicine, Running Eagle Falls

Glacier National Park, Two Medicine, Running Eagle Falls: notem de onde sai a água.

Glacier National Park, Two Medicine Lake

Começou a ficar tarde e paramos em uma cidadezinha chamada Choteau. Achamos um camping particular por 20 doletas e com WiFi (eba!).

Choteau: estávamos no Barnabé passando por uma rua. Paramos o carro, nos olhamos, apontamos para um negócio preto na rua: aquilo ali não parece uma granada!?? Depois voltamos para ver...era de plástico heheh

Choteau: começando as preparações para o 4 de julho na cidade

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Glacier National Park, dia 2. Maisuma trilha e um lago bem bonito

2 de julho de 2015



A ideia hoje era tirar o dia de folga e não fazer nada para descansar o corpo dos 20 quilômetros de trilha que fizemos ontem, mas não resistimos! Acabamos fazendo uma trilha curta que dava em um lago bem bonito.

Os campings aqui nos Estados Unidos geralmente funcionam assim: ou você entra por uma guarita, e fala com alguém que vai te registar, receber o pagamento e  te dar o comprovante, que você coloca em uma estaca na frente do lugar em que se acampa. Ou, o que é a opção mais comum, você mesmo  precisa se registrar, colocar suas informações em um envelope, babar nele para a cola funcionar e ai é só destacar uma aba do envelope para colocar na estaca e servir de comprovante. Normalmente esse sistema funciona muito bem e as pessoas pagam direitinho mesmo antes de alguém vir conferir se você pagou ou não.

Mas na noite passada alguém passou e roubou nosso comprovante da nossa estaca. Quando chegamos da trilha ontem a noite, encontramos um bilhete do host do campipng (o cara que cuida do camping e tem certeza de que tudo está funcionando e todo mundo está pagando) dizendo que precisávamos do comprovante, e para ir falar com ele.

Então assim que chegamos o Fe foi lá explicar para o host que tínhamos pago, demos até detalhes de que tínhamos colocado um envelope com dinheiro em dólar canadense (esse camping aceitava, eu juro!). Ele disse que tudo bem, que acontecia bastante de roubarem os comprovantes.

Hoje  de manhã acordamos com o mesmo senhor que o Fe falou ontem nos pedindo o comprovante. O Fe muito gentilmente o lembrou de que os dois haviam conversado ontem e bla bla bla... e o senhor: mas você falou comigo?? Fe: sim, ontem a noite, e o senhor disse que estava tudo bem. Senhor: ah ta... mas e o comprovante?? errr

Já que já fui acordada, resolvi lavar um pouquinho de roupa e o Fe foi dar uma geral no Barnabé até cansarmos de ficar a toa e resolvermos ir explorar um pouco mais.


Em geral eu não lavo roupa assim, mas já que estávamos a toa, resolvi testar o balde que eu dei de presente  para o Fe. Quando esse balde está dobrado, ele entra no bolso da calça (de um homem)!

Glacier National Park: Avalanche trail

Glacier National Park: Avalanche trail. A trilha não era só assim plana, mas vimos 2 mães com 6 crianças de uns 5 anos ou menos na trilha...

Glacier National Park: Avalanche trail.  E esse foi o prêmio ao chegar lá!


Voltamos para o camping e novamente tomamos banho na água gelada do lago. Mas dessa vez tinha gente por lá e não tive a cara-de-paú de usar sabonete =(.Secamos ao sol e comemos um delicioso miojo para acabar a tempo de pegar uma palestra de um dos guardas-florestais sobre o parque.

Apgar Campgroung: anfiteatro do camping