quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Último dia em São Francisco, mais gente doida e mais uma alma boa

19 de junho de 2015

(o trajeto que está faltando é onde estávamos no metro)

Acordamos, tomamos um último banho e saímos já com todas as nossas malas para parar de encher o saco do Sam, que já estava nos aturando nos sofás da casa dele por 2 noites. Tiramos uma foto de nós 3 e nos despedimos com um abraço bem apertado. De novo somos muito gratos pela boa vontade e pela confiança de pessoas que nunca nos viram antes e nos oferecem sua casa, e até a chave dela.

Para nós esse é um dos sinais da bondade humana, que deveria ser mostrado com mais frequência na televisão em vez de tanto sangue, tanto ódio e de tanta desgraça que a televisão adora mostrar. O Sam abriu as portas da casa  dele depois de conversar conosco por não mais que uns 5 minutos, e com isso, nos abriu São Francisco também, por que provavelmente não ficaríamos tantos dias se não fosse por ele.


Sam: mais uma alma boa que nos recebeu em sua casa!

Palace of the Legion of Honor Museum: faz parte do museu de finas artes. Acabamos não entrando, o tempo era curto, o interessa baixo e o preço muito caro =P
Palace of the Legion of Honor Museum: ...mas vimos vários desses lá...e aliás, também tinha muita gente tomando sol nos gramados nesse dia, coisa estranha de se ver na frente de um museu..
Palace of the Legion of Honor Museum

Nossa última parada antes de sair de São Francisco foi o Golden Bridge Park. Esse é o quinto parque de cidade mais visitado dos Estados Unidos.  Um parque, na nossa opinião, muito estranho. Muitas atrações dispersas, desconectas, homenagens a pessoas aleatórias, não-americanas e que não tem nada a ver com nada, meio bizarro. As coisas mais legais lá tinham que ser pagas individualmente, como o jardim japonês, o jardim botânico e alguns museus, mas nenhum deles parecia fora do que "um pouco mais que o normal". Não achamos que seria tão espetacular que valesse o investimento.

Golden Gate Park: Queen Wilhelmina Garden

Golden Gate Park: Spreckels Temple of Music

Golden Gate Park: Rose Garden

Golden Gate Park: Rose Garden. Servidos?

Golden Gate Park: Rose Garden, a beleza dessas rosas era notória, mas o cheiro sim era impressionante. 
Cansamos de ficar andando no parque, as atrações eram muito dispersas e não sabíamos qual realmente valia a pena ir. O parque era até legal, mas não vimos nada que fosse muito diferente do que já vimos em outros lugares que já fomos. Melhor ir embora... Ainda tínhamos que ir para a estação pegar nosso trem para Seattle, e de lá um ônibus para Vancouver, onde o Barnabé nos espera para continuar nossa viagem dirigindo até o Brasil.

Uma das opções era pegar o metro para chegar até a estação de trem. Escolhemos essa opção porque adoramos comparar o metro de outros países com o metro de São Paulo =).

A área do metro da estação (16th st Mission Station) era de deixar a estação mais perigosa de São Paulo ou do Rio de Janeiro parecer um lugar seguro. Vimos muitos drogados, gente largada no chão, pessoas mal-encaradas, muito lixo na rua, trânsito caótico e sentimos um cheiro horrível, mistura de sujeira, gente suja e xixi.

Como estávamos com nossas bicicletas, tínhamos que pegar o elevador para chegar até o nível dos guichês, mapas e catracas. Pensem em um elevador que demora 1 minuto para descer uma altura não muito alta, e que tem um cheiro de xixi insuportável, com muitas embalagens de comida fast-food jogadas no chão. Eca.

Fomos pedir informações para o senhor que trabalha no metro, mais para ter certeza de que poderíamos entrar com nossas bicicletas do que outra coisa. O senhor nos tratou como turistas que nunca pegaram metro na vida, e estava nos tratando como retardados, falando até que as linhas no mapa era onde passavam os trens, e as bolinhas eram as estações... errr... nos  distraímos tanto com o que ele estava falando que não guardamos o nome da linha que tínhamos que ir (heheheh). Acabamos tendo que trocar de trem para o trem certo, ops.

Os trens de São Paulo passam com uma frequência bem maior. A nossa nova linha amarela dá de 10 em quase todos os metros que já fomos no sentido frequência, rapidez, modernidade e limpeza, mas esses daqui tem áreas reservadas para bicicletas em quase todos os vagões, que achei bem legal também.


Metro de São Francisco, com espaços reservados para bicicletas

Oakland: bicicletário na estação de metro.

Oakland: mais uma das placas alertando para prender o quadro e os dois pneus com cadeados do tipo U (como o cadeado preto à esquerda, que são mais fortes)
Em Oakland pegamos o trem para Seatlle. As bicicletas nos custaram 50 dólares extras para serem despachadas em caixas, fornecidas pela empresa de trem. Para despachar as bicicletas em caixas foi muito fácil, era só entortar o guidão da bicicleta, tirar os pedais e empurrar a bicicleta para dentro da caixa. 

Nosso problema foi que não estávamos conseguindo soltar os pedais do Fe. Nossa sorte é que o senhor que nos atendeu era muito simpático e disse que ele tinha algumas ferramentas que poderiam ajudar, esses americanos sempre me surpreendem =).

Sabíamos que poderíamos despachar dois volumes, e organizamos todas as nossas malas de bike pensando nisso. Mas chegando lá descobrimos que a bicicleta conta como um volume, mesmo com todas as taxas extras que temos que pagar por elas. Com muita cara de pau, espalhei todas as nossas coisas em uma fileira inteira de bancos da estação para re-organizar outra vez o que seria despachado e o que levaríamos conosco no trem. Nisso um doido veio me pedir alguma coisa, uma jaqueta (não sei porque, porque estava um calor dos infernos) ou um trocado para o café. Eu pedi desculpas e disse que não tinha nada. O doido parou de falar comigo e ficou indo de um lado para o outro, rodeando e olhando as nossas coisas no banco. Acho que o que temos deve ser bem ruim mesmo, porque ele não quis nada, só ficou reclamando. Acabei dando uma banana para ele e ele foi mostrar a banana para o caixa automático, depois para  a máquina de café e para a de jornal....

Enquanto eu estava com o doido, o Fe estava com o funcionário do trem tentando soltar o pedal. Achamos interessante ele contar que a família dele estava em São Francisco por muitos anos, mas com o crescimento da cidade, ele já não conseguia mais morar lá, era simplesmente muito caro. E esse senhor também ficou impressionado de olhar para uma brasileira e não ver uma prostituta, e de ouvir que não é incomum no Brasil, brancos e negros jogarem bola juntos. (ué, e porque não!?, ele parecia não acreditar que isso fosse possível...)

Oakland, de onde pegamos o trem, é subúrbio de São Francisco, e a diferença era brutal e notória. Agora a maioria eram negros, já ficando mais obesos, as mulheres com menos roupa e muitos fast-food espalhados. Em São Francisco não vimos tantos fast-food, e lá a comida orgânica, saudável, de boa qualidade e cara parece ser o que mais cresce em meio a uma cidade tão rica. 

Enfim pegamos o trem, que atrasou quase 1 hora e não demorou muito para dormimos.... o trem é mais confortável e com mais gente do que esperávamos.

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