sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Lago cheio de bolas coloridas, cachoeiras, ponte suspensa e um carro velho indo da Argentina ao Alasca


28 de junho de 2015


Da estrada avistamos um lago cheio de círculos coloridos. Achamos estranho e resolvemos parar para ver mais de perto. Trata-se de um lugar chamado Spotted Lake. É um lago com alta concentração de minerais: sulfato de magnésio, cálcio e sulfeto de sódio e concentrações mais baixas de prata e titânio. No verão, a maior parte da água do lago evapora, revelando os depósitos de minerais.

Spotted Lake, British Columbia:  Os círculos coloridos são minerais concentrados. As cores dependem do mineral e da quantidade de água no lago.

Spotted Lake, British Columbia
Spotted Lake, British Columbia
Seguimos em direção à Osoyoos. A paisagem nos lembrou muito a de Marrocos: uma região muito seca, as plantas com um verde pálido e regiões de agricultura com muita irrigação. 

Passamos por vários farmers market (tipo uma feira direto do produtor) na estrada. Nos falaram sobre elas em um centro de informações turísticas, mas nem demos bola, porque normalmente esses farmers market são sempre iguais: várias barracas de toldo branco, com frutas, geleias, pães, algum artesanato e em geral, direto do produtor, mas muito mais caros  que se comprássemos no mercado. 

Dessa vez não era uma concentração de toldos brancos arrumadinhos, mas barracões de madeira na beira da estrada vendendo frutas. E de fato, a mulher do centro de informações estava certa: tudo muito fresco e estupidamente barato (o que é difícil por aqui, coisas frescas raramente são mais baratas que "fast-food" e comida industrializada).

Seguindo adiante, paramos em um Mc Donalds  em Osoyoos para usar a internet. Em meia hora que estávamos lá, o Barnabé não queria ligar mais. Sabíamos que estávamos com problema na bateria, mas o Barnabé ainda ligava depois de algumas horas. Com nosso problema agravado, paramos em uma loja por ali para ver se eles vendiam uma bateria boa para o carro.

A resposta foi simples: sim. E o preço era um absurdo. O Fe fez aquela cara de cachorro perdido e a atendente deve ter ficado com muita dó dele, porque ele perguntou, na maior cara-de-paú, se havia alguma loja maior por ali que ele pudesse achar essa bateria mais barata, e ela não só disse que sim, como ainda deu as instruções de como chegar lá. Gente sincera né? Não vejo muito isso acontecendo no Brasil, ficamos super admirados.

Ainda no Mc Donalds, vimos um carro bem velhinho. Pelos adesivos todos colados no carro, eles saíram da Argentina (o carro tem placa da Argentina), e estavam indo em direção ao Alasca! Eles nem sequer tem uma das janelas e com certeza eles tem muito menos estrutura do que eu e o Fe no Barnabé. Quem quer dá um jeito mesmo!

Você viajaria num desses da Argentina ao Alasca?
Seguimos para a cidade em que a atendente da loja de baterias nos indicou (Oliver). No caminho, vimos muitas fazendas com plantações, placas de "precisa-se de colhedores" e muitas pessoas que notoriamente eram viajantes. Perguntei para um senhor na loja porque haviam tantos viajantes naquela cidade, se lá não era um lugar turístico. Aparentemente lá é um bolsão de trabalhadores ilegais, mal-qualificados ou em trânsito para algum lugar. Muitos vem para trabalhar nas plantações, se re-abastecer com algum dinheiro e seguir viajem.

Confesso que ficamos tentados em trabalhar por um dia, só para ver como é. Chegamos até a perguntar como funcionava, mas chegamos a conclusão que não seria muito viável para nós de qualquer forma. O Fe tinha uma reunião pela internet no dia seguinte e tínhamos que conseguir uma internet melhor que a do Mc Donalds. Dirigir do fim de mundo aonde estávamos para uma cidade maior e voltar para receber 5 dólares  a hora (eles pagavam 5 dólares por uma caixa grande de cerejas, que demora cerca de 1 hora para colher) num sol de rachar seria realmente pagar para ter essa experiência. Deixa para a próxima!

Pelo menos saímos dessa cidadezinha com uma bateria nova e o Barnabé, enfim, teve alta da enfermaria.

Vimos muitos incêndios hoje. Nos disseram que a causa era o monte de relâmpagos que vimos na noite passada junto com o tempo muito seco. Na foto acima, um avião tentando apagar um dos pontos de incêndio.

29 de junho de 2015



Hoje cruzamos a fronteira do Canadá para os Estados Unidos. Foi a primeira vez que cruzamos a fronteira de carro (em Porthill), e foi super tranquilo. A agente de imigração só perguntou se levávamos tomates, dissemos que tínhamos tomates nos nossos lanches, mas ela disse que isso não era problema. E foi só =).

Nossa única atração hoje foi Kootenai Falls. Lugar lindo que valeu o calor para chegar até lá.

Kootenai Falls, Montana

Kootenai Falls, Montana

Kootenai Falls, Montana: Tinha até uma ponte suspensa! Só 5 pessoas podem estar em cima dessa ponte de uma vez...

Kootenai Falls, Montana
Acabamos o dia dormindo no meio de uma floresta nacional, em estradinhas de terra cercadas por árvores sem ninguém por perto. Nessa época ainda não sabíamos, mas florestas nacionais são lugares que são permitidos acampar de graça. Nesses lugares normalmente se encontra aberturas na mata, alargamentos da estrada ou locais para estacionar parecidos com campings. Esses lugares são de graça, mas não são nada divulgados e a maior parte dos americanos não sabe disso.

Nós dormimos num lugar desses essa noite. Nessa época também não sabíamos que era legal acampar nestes lugares, mas sabíamos que estávamos muito no meio do mato para alguém se preocupar em vir nos incomodar a noite =) 


Kaniksu National Forest: normalmente encontramos lugares como esse em florestas nacionais, em que é permitido acampar de graça. A única condição é não fazer fogueiras e recolher o seu lixo.

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