terça-feira, 11 de agosto de 2015

Segundo dia em Seattle

22 de junho de 2015



Fim da jornada e acho que também fim do nosso pique, andamos bem devagar esses dias (desde São Francisco na verdade...). Sabe aquela vontade de ficar o dia inteiro sem fazer nada, de preferência na internet? Mas pagamos muito caro no albergue então nos sentimos mais que na "obrigação" de sair e tentar conhecer um pouco da cidade.

Nosso plano era começar o dia pegando o "Free Walking Tour". Muitas cidades grandes como Madrid, Barcelona, Paris, Berlim, Amsterdam e Londres tem isso e eu sempre acho esse tipo de "visita guiada"pela cidade muito bom. Eles funcionam a base de doações então em geral as explicações são ótimas, os guias são engraçados e normalmente são coisas que se andarmos sozinhos pela cidade nós nunca descobriríamos. Normalmente, eles andam distâncias curtas pela cidade, geralmente alguns quilômetros, parando nos principais pontos de interesse e nos enchendo de informações.

Em Seattle não foi diferente, e o Free Walking Tour nos acrescentou bastante. Depois desse tour e de mais um que pagamos para conhecer o subterrâneo da cidade, tivemos mais a impressão de conhecer melhor a cidade e ela deixou que ser só mais uma cidade grande para nós.

Seattle antigamente era um povoado indígena até colonizadores europeus encontrarem na cidade um lugar promissor para a exploração madeireira. Os índios, que viviam dos recursos naturais, começaram a se ver encurralados ao verem sua a casa e sua comida definharem. Logo começaram brigas e o nervosismo aumentava conforme a violência aumentava. Em certo ponto os índios mataram um homem branco e logo começou a guerra.

Centenas de índios morreram em contrapartida a apenas alguns brancos. Com o final da guerra, todos os índios foram expulsos da cidade, inclusive o Chief seattle. A cidade, que antes era a tribo de Duwamish, recebeu o nome Seattle em homenagem ao Chief Seattle.

Chief Seattle, de onde veio o nome da cidade.


Em 1800 e alguma coisa, o até então vilarejo foi consolidado como cidade com a crescente exploração madeireira da área. Em certo ponto, a cidade ficou largamente conhecida como um lugar para se fazer e se perder dinheiro com a madeira, a prostituição e com o jogo.

Nesta época, tudo era feito de madeira, inclusive as casas e até o encanamento. A cidade cresceu no nível do mar para mais facilmente escoar a produção de madeira, mas criou problemas sanitários tremendos. Imaginem que as casas jogavam seu esgoto no mar.... e quando a maré subia, com ela vinha junto todo o cocô que eles haviam jogado antes (iuhullll). 

Seattle Underground: um exemplo dos canos de madeira de antigamente.

Seattle Underground: o que sobrou de algum banheiro por ai. Em um desses tours nos disseram  que com o crescimento da cidade  para os morros e os encanamentos ainda inadequados à demanda, uma descarga em horas de maré alta poderia causar um jato de esgoto pela privada de até 6 feet (quase 2 metros de altura).
Em 1889, um grande incêndio começou em Seattle a partir de um certo tipo de cola. Por azar, neste dia o chefe dos bombeiros estava em São Francisco em uma conferência sobre métodos para apagar incêndios... Bombeiros voluntários tentaram apagar o fogo, mas em vez disso eles espalharam mais a cola, e por consequência, o fogo. A água já não estava sendo suficiente para apagar o incêndio e eles tentaram pegar a água do mar, mas a maré estava baixa... Depois mais um erro: ligaram muitas mangueiras ao mesmo tempo e então a pouca água já não tinha pressão alguma. Resultado: o fogo queimou boa parte da cidade, que era toda de madeira.

Após o incêndio, o governo disse que iria reconstruir a cidade e consertar o problema dos esgotos e da maré. Tempo estimado? De 10 a 15 anos. Os comerciantes decidiram que isso era tempo demais para esperar e resolveram começar a reconstrução eles mesmos. O governo queria impedi-los, mas como? O governo não podia restringir construções em propriedade privada, mas uma coisa sim era propriedade do governo: as ruas. A cidade então anunciou que as ruas seriam elevadas em 12 feet (3.65 metros). Muros foram construídos em torno das propriedades para dar suporte às ruas, que agora estariam no alto, e o comércio ainda estava no mesmo nível que o mar. Escadas eram colocadas para as pessoas acessarem o comércio.

Para iluminar as lojas do underground (subterrâneo), a cidade colocou um certo tipo de vidro nas calçadas. E colocaram magnésio para que o vidro não ficasse amarelo/ marrom. Acabou que depois de 10 anos eles descobriram que os vidros ficam roxos pela ação do sol...

Seattle Underground: Esses quadradinhos de vidro foram colocados com a intenção de iluminar o subterrâneo.
À noite, bêbados caiam nas valas e ocasionalmente morriam. Um período de 10 anos se passou até o comércio estar no mesmo nível da rua. O underground ainda funcionava com acessos pelas propriedades privadas, mas todo o tipo de coisa ruim acontecia por lá. Para um comerciante de respeito, não era uma boa propaganda ter esse tipo de imagem associado ao seu negócio. Logo os acessos foram sendo paulatinamente fechados e mais tarde o underground foi condenado e selado, só uma pequena parte dele é aberta ao público na forma de tours.

Esses são os quadradinhos de vidro que iluminavam o subterrâneo de Seattle. (Esse é o  atual nível da rua, são o mesmo tipo de quadradinhos de vidro da foto superior, mas agora visto de cima). 

Seattle Sky View Observatory, só que não. heheh Achamos caro demais subir até o Skyview no 76 andar, e nos recomendaram, em vez de subir até lá, tomar um café no Starbucks no 40 andar ou algo assim. Não gostei do conselho, mas não me atraio tanto de ver prédios de cima também...
Estação de metro e ônibus na 3rd Avenue with Cherry Street 
EMP Museum - Experience Music Project Museum: é um museu fundado pela Microsoft e dedicado à música popular, ficção científica e cultura pop. A exposição não nos atraiu muito..e de novo ficamos só do lado de fora.
EPM Museum: e o metro passa por dentro do museu!
International Fountain

International Fountain
Passamos o final do dia no subúrbio de Seattle, em Fremont. Nos recomendaram ir para Fremont por ser um lugar bem diferente de Seattle, com muitas lojas alternativas e um povo mais zen. A placa de boas-vindas de Fremont já diz um pouco do lugar.

Na placa superior direita: "bem vindo à Fremont. Centro do Universo". (oi!??) Reparem que é uma placa verde, aparentemente oficial...
Fremont Troll: É um gigante que pegou um Fusca de verdade (tem até a placa da Califórnia) da rodovia que passa em cima dessa escultura
Fremont, Gas Works Park: costumava ser uma antiga planta de carvão até os anos 50. E depois foi comprada pela cidade e transformada em parque em 1975.

Fremont, Gas Works Park: e desse parque, uma vista do skyline de Seattle

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