13 de maio de 2015
Resolvemos tirar o dia para conhecer Westport e também para lavar nossa roupa suja e tirar um dia um pouco de folga (eu não me animo muito em dias chuvosos…e esse foi mais um deles). Um dia de folga significa ir conhecer a cidade e pedalar sem peso (iuhull!).
Nosso primeiro plano era tentar ver o mar no caminho de tentar achar um desses lugares de lavar roupa usando moedas. Diferente do Brasil, as praias aqui em Washington não são públicas e o que mais vimos foram aquelas placas de FORA: PROPRIEDADE PARTICULAR nas ruas de acesso as praias.
Mais adiante encontramos um farol e um parque com ciclovias beirando o mar. Muito bonito e diferente. A vegetação das dunas bem diferente da vegetação que costumamos ver no litoral de São Paulo. Uma mistura de mato com vegetação rasteira.
Grays harbor Light Station
ciclovia beirando a praia
Westport é uma cidade bastante popular pelo surf e muitas pessoas de Seattle vem passar alguns dias por aqui (e comprar casas na praia também). Também é bastante conhecida pelo turismo, pela pesca de salmão e por uma grande fábrica de yatch. Hoje em dia a pesca ainda é uma das atividades mais importantes, não só de salmão, mas também de outros tipos de peixe.
vai um pouco de surf?
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Até em um dia nublado com uma água que me dava frio só de olhar, vimos alguns surfistas se divertindo por lá
sandpipers procurando comida na areia
dique: águas ótimas para surf do lado esquerdo e águas bem calmas do lado direito. Esse dique foi construído para facilitar a entrada de barcos no canal.
Saímos da praia e finalmente achamos uma lavanderia. Bem carinha comparada com a que usamos anteriormente em Victoria, no albergue. Deixamos 10 doletas lá para lavar e secar nossas roupas (todas juntas, porque separar agora é um luxo!), tudo com moedas de 25 centavos (mesmo? =\ deve ser porque são mais abundantes por aqui).
De lá procuramos um café com WiFi para escrever o blog e avisar nossos pais que não fomos atropelados e todas as partes do corpo ainda estão grudadinhas no lugar =)
Tomamos o melhor white mocha da viagem e um senhor, também cliente de lá, disse que nos viu andando de bike a uns dias atrás. Resumindo, ele disse que éramos loucos (e repetiu com mais ênfase depois que dissemos que pretendíamos ir até San Francisco), contamos um pouco da nossa viagem dirigindo o Barnabé até o Brasil e fomos interrompidos com a garçonete nos avisando que o café iria fechar (4 da tarde, muito cedo né?).
Saimos todos e eu ainda fiquei 2 minutinhos usando a internet de fora do café, nisso o mesmo senhor, já no carro com a mulher e o filho que vieram pegá-lo, perguntou de dentro do carro onde estávamos ficando . O Fe entendeu outra coisa e respondeu algo como para onde iríamos no dia seguinte. Eles foram embora e em seguida, fizeram a volta e perguntaram outra vez onde estávamos ficando. Dessa vez o Fe entendeu certo, disse que estávamos no camping e eles então nos ofereram de ficar na casa deles (!!!!!!!!!!!!!)
Ficamos extremamente agradecidos pela generosidade e é claro que aceitamos! Combinamos que eles iriam para casa trocar o carro por uma mini-van que caberia nossas bikes, e ele iria nos pegar no camping em meia hora.
Pedalamos o mais rápido que podíamos para chegar logo e arrumar toda a bagunça que havíamos deixado na barraca antes que eles chegassem. No caminho, não podíamos deixar de pensar em como essas pessoas eram legais de abrir a porta da casa deles para dois estranhos cheirando estranho (agora até que nem tanto depois de poder lavar as nossas roupas) que ele havia encontrado 10 minutos atrás. Para nós isso significou muito, ainda mais depois de encontrar tanta gente estranha e grossa no caminho.
Colocamos as bikes e todas as malas na van e fomos para a casa dele onde ele tinha um studio que não estava sendo usado. Quando entramos, havia 2 camas gigantes e deliciosas, um banheiro e ainda toda roupa de cama, toalhas e 2 garrafas de água no banheiro. Não poderíamos ficar mais impressionados com tanta hospitalidade e generosidade.
Entramos na casa principal e ficamos conversando um pouco com o Kevin e a Monica, nossos tão generosos anfitriões. Em algum momento citamos que tínhamos visto muitas focas em Victoria, mas que ainda não tínhamos visto os leões marinhos. Na mesma hora ele disse: “Quer ver leões-marinhos? Posso levar vocês para vê-los agora!” , “Jura?? Yes, please!!”. Pegamos minha camera e lá fomos nós. Não estavam onde costumavam estar,e eu já estava pensando que era bom demais para ser verdade… dirigimos para outra doca da marina e TÁ-DÁÁÁ!
Muitos, muitos, muitos leões-marinhos folgados, preguiçosos e barulhentos! Uma coisa que nunca teríamos visto se não fosse pelo Kevin!
muitos e muitos leões-marinhos, pelo menos uns 50. Ainda tinha mais lá no fundo que não aparecem na foto. Notem como o pier está levemente afundado com o peso deles, e que também um barco não poderia atracar lá…
o topetudo é o macho.
Notem as nadadeiras que também possuem quase dedos.
é muita preguiça para dormir com a cara assim enfiada na água né?
reparem nos leões-marinho ao fundo. Eles estavam nadando em círculos, não sei ao certo porque fazem isso, talvez um ritual de acasalamento?
Fêmeas, menorezinhas.
Voltamos para casa para comer uma pizza deliciosa e um peixe assado que estava simplesmente fantástico. Não me lembro mais o nome do peixe, mas ele disse que é o melhor da região, eu acredito!
Muito enriquecedor conversar com ele, passamos horas e horas conversando. Mais tarde nos recolhemos ao nosso estúdio, tomei um banho bemmmmmm longo, que delícia, um banho quente sem ter que contar o tempo no relógio e sem passar frio! E dormimos bem quentinhos e folgados em uma cama muito grande e macia, com travesseiros! mais um luxo que não temos desde que deixamos o Barnabé em Vancouver. Ah sim, uma noite sem pernilongos, eles vem nos perseguindo desde que entramos em Washington, aqui eles são grandes e picam por cimada roupa.
Acordamos e tomamos café da manhã que o Kevin havia feito para nós: torradas, ovos mexidos, bacon e café! nham!
Esses são Monica e Kevin, as pessoas que mais nos surpreenderam positivamente nessa viagem. Faltou na foto o filho deles, Dylan, que já estava na escola e o au-au sheep.
Olha a felicidade do menino!
Todos foram trabalhar e nós seguimos nossa jornada, ainda muito agradecidos e impressionados com a gentileza e hospitalidade da Monica e do Kevin, nunca vamos poder agradecer o suficiente.
Washignton foi o estado que eu mais reclamei dos lugares e das pessoas, mas acho muito difícil passarmos por uma experiência assim tão boa tão cedo. Acho que acreditamos ainda mais nas pessoas agora.
Westport foi um lugar de agradáveis experiências, que com certeza teria sido só mais uma cidade se não fossem por pessoas especiais. Mais uma vez, muito obrigada!
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