domingo, 31 de maio de 2015

Linda Oregon: subidas recompensadoras, Tide pools e animais chifrudos

19 de maio de 2015




Hoje prometia ser um dia bem puxado de pedalada, com muitos quilometros a vencer e muitas subidas para me irritar. A razão por esse dia tão longo é a falta de lugares para acampar no caminho. O Fe consegue planejar bem quantos quilometros vamos avançar no dia seguinte baseado no livro Bicycling the Pacific Coast e alguns mapas que pegamos nos centro de informações turísticas no caminho. Os autores desse livro devem estar ricos, porque todos os ciclistas parecem ter uma  cópia do livro (e só passamos 2 ou 3 noites sem encontrar alguém mais fazendo esse trajeto ou parte desse trajeto que estamos fazendo). O livro dá informações detalhadas sobre o que encontrar no caminho, de atrações turísticas até onde achar mercado, campings e banheiros, e também condições da estrada, atalhos e a topografia de onde vamos passar.

Baseado nisso temos uma boa idéia de quão longe podemos ir: muitas subidas enormes é sinal de que vamos cansar bastante e potencialmente não vamos muito longe. Muitas coisas para ver é sinal de que não podemos ir longe porque vamos querer aproveitar o caminho. Falta de lugares para acampar é sinal de que vamos ter que pedalar muito no mesmo dia, especialmente porque eu sempre quero um lugar com chuveiro quente.

Hoje era um desses dias de 80 e poucos quilometros de pedalada, muitas subidas e muitos lugares interessantes para ver mas nenhum camping no caminho. Felizmente passamos num centro de informações turísticas e a moça nos disse que havia um camping privado no meio do caminho.

Campings privados tendem a ser caros, com pouca estrutura e poucas coisas legais no entorno. Parques estaduais costumam ter uma área verde bem grande, hiker/ biker sites em que normalmente acampamos no meio das árvores e custam 5 ou 6 dolares por pessoa dependendo do parque. Em Oregon, os campings em parques estaduais estão quase sempre dando acesso a algum lugar legal que o governo visa preservar com a instalação de parques.

Ótimo, agora já sabemos de um lugar para ficar e dividimos nossa programação em dois =). Bom porque senão deixaríamos de ver muitas coisas legais no caminho.

Antes de chegar no camping passamos por Seaside, uma cidade muito charmosa com clima praiano e casas com jardins muito bem cuidados a beira-mar. Almoçamos sentados em um tronco de árvore que o mar deixou para trás, olhando o mar e vendo os surfistas passarem frio.

essa é a melhor forma de comer para nós: sentados vendo um lugar bonito com pouca gente por perto..

uns 5 pássaros pousaram próximos a nós na esperança de comer nossas migalhas. O Fe jogou uma pedrinha perto de um deles que estava próximo demais e  um pássaro achou que o pássaro  do lado estava invadindo o espaço do outro e eles começaram a brigar (ops!)


Nossas magrelas. Advinha qual bike é de quem!

Chegamos na cidade em que a moça do centro de informações turísticas nos disse que podíamos acampar. Fomos ver o camping: 40 doletas num camping privado que até a mesa era metade do que estamos habituados, definitivamente não chegava próximo dos que pagamos 5 dólares por pessoa. Mas a atendente achou super legal a viagem que estamos fazendo e pediu desculpas por eles não terem hiker/ biker sites. Ainda nos disse que subindo para o Ecole Park nós provavelmente poderíamos acampar. Decidimos ir lá, afinal era só 1.5 milha de distância e com alguma sorte, poderíamos acampar por lá (nosso guia não dizia nada de campings lá, mas vai que...).

 Próxima parada: Ecola State Park. Que bom que o lugar era lindo, porque as subidas eram estúpidas de tão inclinadas, e claro, não tinha camping.... subimos com peso à toa (podíamos ter deixado as malas no camping se tivéssemos certeza de que não tinha um state park por perto...) Acho que nossas costas doíam mais que nossas pernas. Para variar estava nublado, como quase todos os dias por aqui, mas não chovia e não tinha neblina, então dava para ver algo lá de cima.

Ecola State Park. Quando a maré está muito baixa, alguns desses cocoruchos ficam expostos e nós podemos ver estrelas do mar, anêmonas, mariscos e outros exemplares da vida marinha sem entrar na água =)

Tava meio longe para a foto ter resolução, mas esses pontinhos pretos são pássaros boiando na água. Esses pássaros são monogâmicos. Eles ficam a deriva para tentar encontrar o seu par outra vez (eles não ficam juntos o tempo todo). Depois de encontrado o par, eles voam para um desses  cocoruchos da foto acima para formar o ninho. Achei fascinante isso: eles conseguirem se encontrar sem celular, GPS ou qualquer coisa assim no meio de tantos outros pássaros, num lugar  tão grande. Não é romântico? hehehe





No caminho de volta encontramos uns bichinhos mostrando a cara, não tenho certeza do nome deles. A única coisa que me vem à cabeça são as renas do papai noel =P


Biólogos: que animal é esse?

Acho que ele não foi com a minha cara...

Nosso caminho de volta... lindo, poucas subidas e descidas magníficas!

Chegamos cedo no camping, largamos todo o peso lá e fomos andar na praia para tentar ver a maré baixa na praia. Como eu mencionei em alguma legenda acima, a maré baixa expõe algumas criaturas marinhas que conseguem resistir ao ambiente exposto, fora da água do mar. Isso é chamado de Tide Pools, traduzindo ao pé da letra seria algo como piscina da maré.


 Cannon Beach
 Essas espumas estavam pela praia toda...

 Fe soltando um cocozão.... é um bocó, né?

 a maré não estava baixa o suficiente ainda para ver muita coisa... mas toda essa parte com água fica seca  em 1 hora, quando é o pico da maré baixa. Mas tava frio demais e os pés do Fe estavam congelando, então resolvemos tentar a próxima maré baixa no dia seguinte.






 Anêmonas verdes gigantes



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